Capítulo 105

A trilha estreitava-se a cada passo.

Galhos retorcidos, cobertos de musgo antigo, se fechavam como garras sobre a cabeça do grupo. O vento não soprava ali. Não de verdade. Era um sussurro irregular, como se as árvores respirassem com o peso de memórias antigas demais para serem humanas.

Clarice caminhava à frente.

Seus olhos não enxergavam apenas o caminho. Eles viam as linhas que serpenteavam sob a terra — caminhos de energia esquecida, pulsando devagar, como veias de uma criatura adormecida. O chão parecia ressoar sob seus pés, reconhecendo-a.

— Sente isso? — perguntou ela em voz baixa.

Sim. Eles sabem que voltamos. — murmurou Lyanna dentro dela. Ou que você voltou.

Ares manteve a formação ao lado, atento ao menor sinal de movimento. Nara seguia logo atrás, arco pronto, olhos arregalados por trás da tensão. Kaelen não falava — seu silêncio era de um guerreiro que conhecia o peso do desconhecido.

O grupo parou diante de um rio negro.

A água fluía sem brilho, como óleo. Nenhum som de
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