VALRICK
O gosto da derrota ainda queimava em minha garganta, mais forte do que o álcool barato que me entorpecia.
Voltar para minha matilha como o segundo colocado... como o Alfa que não conseguiu manter a liderança diante de Ares... foi pior do que qualquer ferida de batalha.
As fêmeas me olhavam com pena. Os jovens, com dúvida. E os anciões... com decepção.
Meu lobo urrava por sangue, por redenção, por um motivo qualquer que fizesse tudo aquilo valer a pena.
Mas tudo que encontrei foi o fundo da garrafa. E então, quando o último gole caiu no chão, meus pés o seguiram.
Não sabia para onde ia. A floresta me engoliu. A névoa cobria meus passos como se tivesse vontade própria.
E então senti.
Uma força me puxando. Não uma simples presença, mas um chamado sutil... sensual... quase íntimo.
Ares. Era por ele que vim. Para desafiá-lo. Para arrancar de seus dentes aquilo que me foi tirado.
Mas algo... desviou meu caminho.
A neblina ficou mais densa. O ar mais doce. A tem