Capítulo 122

A lareira estalava em silêncio, enquanto a sombra projetada nas paredes do templo antigo dançava com formas grotescas.

Saphira sentava-se sobre peles negras, o lado esquerdo do corpo enfaixado e o vestido aberto o suficiente para expor cicatrizes — e beleza. Ela não escondia a dor, ela a usava. Cada linha, cada hematoma, era combustível para a fúria que crescia dentro de Valrick.

— Você viu como ela me deixou... — sussurrou, encostando a cabeça no peito dele. — Me rasgou diante de todos. Me fez sangrar como uma cadela qualquer. Isso é o que Ares protege... Isso é o que ele ama.

Valrick cerrou os punhos. A imagem do rosto de Clarice — altiva, impassível, vitoriosa — se projetava na mente dele como uma lâmina cravada entre os olhos.

"Ela não venceu sozinha. Ele a treinou. Ele a guiou. Ele a alimentou para nos destruir."

— Eu vou arrancar os olhos dele — rosnou o Alfa, os músculos tensionando sob a pele. — Vou fazer Ares engolir cada gota de orgulho que exibiu em Arkhadia.

Saphira sorriu
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