Adrian observava a tela da TV com os olhos semicerrados, o controle remoto esquecido na mão. A foto de Helena ocupava metade da tela, ao lado das imagens granuladas dos dois sequestradores. O apresentador falava com aquela empolgação contida típica de notícias policiais, mas Adrian mal escutava. Ele sabia que Helena odiava exposição. Se a história veio à tona, algo grave aconteceu.
— Você parece que está bem preocupado com ela — analisou Daniel, recostado no sofá ao lado, com um copo de uísque na mão.
— Sim, eu estou. A Helena está brava comigo e não sei se ela vai me atender. Alguma coisa aconteceu para essa notícia vir a público assim.
Daniel ergueu uma sobrancelha, o canto da boca curvando-se em um sorriso irônico.
— Por que não liga pra ela? Talvez ela decida te atender, ou mande mais flores até conseguir amolecer o coração dela.
A provocação era clara, mas Adrian levou a sério. Ele já havia mandado um buquê naquele mesmo dia, e a ideia de persistir parecia uma boa ideia. Adrian pe