Gabrielle Goldman
Gadreel avançou dois passos bruscos, como se as palavras dela fossem fisgadas invisíveis puxando-o para a frente. A tensão nos ombros dele, o punho cerrado por um instante, denunciavam a luta interna para se manter no controle.
— Elle peut m'utiliser autant qu'elle veut, Emma! — explodiu, a voz tão alta que ecoou pelas paredes silenciosas. — Ce que je ressens est suffisant pour nous deux.
Emma ergueu os olhos lentamente para ele, e ali, no reflexo do seu olhar antigo e cansado, vi algo quebrar. Não era só raiva, era decepção, era a dor amarga de quem assiste alguém que criou escolher ser ferido. Vi orgulho ferido, vi um desafio se acendendo como uma brasa prestes a incendiar tudo.
E eu, ali no meio, muda, sufocada pela sensação de que estava quebrando algo