Gabrielle
Senti minhas pernas vacilarem, e juro que, se não fosse pelo firme apoio dele, mantendo-me colada ao seu corpo, eu teria cambaleado como se o chão sob meus pés tivesse desmoronado. O mundo ao meu redor se tornava um borrão indistinto, enquanto minha mente tentava desesperadamente processar o que estava acontecendo.
Ele não era Murilo.
O choque me atingiu como um golpe frio no estômago. Minha respiração ficou presa na garganta, e um calafrio percorreu minha espinha. Como era possível? Cada detalhe, cada traço… A mesma altura, o mesmo olhar intenso e penetrante, como se pudesse enxergar através de mim. Mas, ao mesmo tempo, algo estava errado, deslocado, como uma nota desafinada em uma melodia perfeita.
Minha primeira reação foi instintiva: segurei a mão que