AMÉLIA
Eu e Liliana estávamos prontas para mais um dia de trabalho. O sol mal tinha nascido, mas a comunidade já estava acordando. Descíamos o morro, conversando sobre coisas do dia a dia.
Viramos uma esquina e lá estavam Pesadelo e Maicon, com armas penduradas nas costas. Meu coração disparou ao ver Pesadelo. Ele me olhou e parou no meio do caminho, bloqueando nossa passagem.
— Tá indo pra onde, posso saber? — ele perguntou, com aquele tom autoritário de sempre.
Respirei fundo, tentando manter a calma. Ele não ia me tirar do sério.
— Trabalhar, Pesadelo. — mesmo querendo apenas ignorar ele, respondi. — Normalmente é isso que a gente faz logo cedo. Quer saber a hora que eu vou voltar também?
Recebi um aperto de Liliana, decerto pedindo para eu manter a calma.
Ele franziu a testa, visivelmente irritado.
— E por que não me avisou que tinha um trabalho?
A raiva cresceu dentro de mim. Quem ele pensa que é pra achar que preciso avisar ele de tudo?
— Porque não é da sua conta. — respondi, t