AMÉLIA
Era domingo, e para minha sorte, Liliana e eu não precisávamos trabalhar na loja de roupas da Lia. As marcas do cinto ainda estavam visíveis no meu corpo, e eu me sentia aliviada por ter um dia para me recuperar.
— Vamos aproveitar o dia para fazer uma faxina na casa? — sugeriu Liliana, já pegando os produtos de limpeza.
Concordei com um aceno de cabeça e logo estávamos ocupadas limpando, varrendo e organizando. A casa estava ficando mais arrumada, e isso me dava uma sensação de controle em meio ao caos que minha vida havia se tornado.
Enquanto esfregava o chão da cozinha, senti uma onda de gratidão por Liliana. Ela havia me dado abrigo quando eu mais precisava, sem hesitar.
— Liliana, eu nem sei como te agradecer por me acolher. Prometo que logo vou encontrar um lugar para morar. Não quero te atrapalhar. — disse, minha voz carregada de sinceridade.
Liliana parou de limpar por um momento e se virou para mim, com um sorriso acolhedor.
— Você não está me atrapalhando, Amélia. Vai