LILIANA
Eu observava Amélia sendo levada por Pesadelo, o coração apertado de preocupação. Mas, naquele momento, minha própria situação exigia atenção.
Meu corpo endureceu quando vi Maicon se aproximando.
— Eu te acompanho até em casa, Liliana. — disse ele, sem dar margem para discussão.
Revirei os olhos, tentando manter a compostura.
— Não preciso de escolta, Maicon. Eu sei me virar sozinha.
— Eu sei que sabe, mas não vou deixar você andar sozinha por aí. — respondeu, teimoso como sempre.
Suspirei.
Sabia que discutir com ele não adiantaria nada. Então, começamos a caminhar lado a lado, em silêncio.
A tensão entre nós podia ser sentida de longe, era quase sufocante. Eu não podia ignorar os sentimentos não resolvidos que pairavam no ar.
Depois de alguns minutos, ele quebrou o silêncio.
— Você está bem?
— Tô. — menti, tentando soar indiferente. — E você?
— Melhor agora. — disse ele, com um sorriso que não alcançava os olhos. — Você sabe, Liliana, eu nunca quis que as coisas terminassem a