AMÉLIA
Me sentei num banco do ponto de ônibus, tentando segurar o choro enquanto ligava pra Liliana. Meu coração tava a mil, e eu não sabia o que fazer ou pra onde ir.
— Amélia! Onde você se meteu ontem, menina? O que rolou? O Pesadelo apareceu aqui doido, querendo saber onde você tava. Vocês brigaram? — Liliana perguntou, preocupada.
— Lili... Eu... Eu explico quando a gente se ver, tá? — falei, com a voz trêmula de vergonha e medo.
Arthur e eu não devíamos ter feito aquilo.
Minha mãe nunca mais ia me perdoar, nunca.
— Amélia, o que aconteceu? — insistiu Liliana, mas eu não conseguia falar. Eu tava em choque, expulsa de casa pela minha própria mãe.
— Minha mãe me botou pra fora de casa. — Consegui dizer, começando a chorar de novo. — E tudo isso depois do Agenor me dar uma surra, aquele... — nem consegui terminar.
Liliana ficou em silêncio por um momento. Parecia não acreditar no que eu tava falando.
— Onde você tá agora? — Ela perguntou.
— No ponto de ônibus, pert