Início / Máfia / Seduzida pelo meu cunhado mafioso / 2. [Matteo] — Forjado pelo fogo
2. [Matteo] — Forjado pelo fogo

Olhei para o homem que me rejeitou, agora morto e dentro de um caixão. Em pouco tempo estaria enterrado — mas não esquecido. Queria ser o tipo de pessoa que perdoa e segue em frente, mas nunca fui assim. Por isso estava ali. Não para honrar a memória do meu pai, ou mesmo para consolar minha mãe. Ela nunca me defendeu. Nem quando mais precisei.

Voltei para Cortona para tomar de volta o que era meu. Para apagar o nome de Enrico Bellandi da face da terra. O vinhedo decadente, a casa em ruínas, os negócios que ele destruiu enquanto era vivo.

Lembrava do La Gabbia quando era criança. Era um bar próspero e respeitável, na medida em que um bar pode ser. Servíamos os vinhos que meu avô fabricava, os salames que minha avó fazia. Agora, era só uma pocilga decadente que meu pai perdera em uma aposta. Um antro de putas e malandros. Eu preferia queimar o lugar até as cinzas do que manchar o nome do meu avô assim.

Meu pai se casou com Caterina Valenti, filha única de Marcello Valenti, e herdou todos os negócios da família dela — e destruiu tudo. Anos de bebedeiras, apostas e mulheres, somados a todas as humilhações que minha mãe passou, as surras que levamos, a falta de comida em casa, a fome…

Enrico Bellandi era tudo o que eu desprezava e tudo o que eu não queria ser. Mas não havia como escapar dele, não quando se é um moleque franzino de 16 anos. Então, fui embora, sem dinheiro e sem estudo, e fiz meu nome no único meio que me acolheu: a máfia.

Usei toda a crueldade que corria em meu sangue e me tornei implacável. Rico. Poderoso. Mas algo ainda me corroía por dentro e tirava meu sono. Eu queria mais que vingança. Queria reparação. Porém, não ousava encarar meu pai, mesmo depois de tantos anos. Eu, um dos homens mais temidos da Itália, com medo de um bêbado.

Agora ele estava morto, e eu iria garantir que continuasse assim.

Do inferno que me forjou, só sobrariam cinzas.

Observei minha mãe, chorando pelo marido. Ao seu lado, Chiara Moretti a amparava.

Aquela mulher me intrigava. Reparei nela assim que entrei no La Gabbia. Bonita demais para aquele lugar. Ela tinha curvas, mas não se vestia de maneira vulgar. Os cabelos e os olhos castanhos eram comuns, mas cheios de brilho. Por fora, parecia uma garota qualquer, mas algo me dizia que, por dentro, por trás daquela fachada recatada, algo selvagem espreitava. Algo que talvez nem ela soubesse que existia.

Eu poderia me sentir atraído por ela, em outras circunstâncias. Mas a conheci ali, naquela cidade, naquele bar, e agora isso — ela era casada com Enzo.

Aos vinte anos, Enzo já era a personificação do nosso pai. Achava que as melhores coisas do mundo deveriam cair em seu colo, simplesmente porque ele merecia. Ou pelo menos, achava que merecia. Ele era arrogante e inescrupuloso, e sempre se fazia de vítima. Descontava suas frustrações nas pessoas ao seu redor, exatamente como nosso pai.

Se Chiara Moretti se casou com ele, não devia ser boa coisa. Por trás daquela cara de boa moça, não devia ser tão diferente das outras mulheres do La Gabbia.

Mas ela não perdia por esperar. 

Eu tinha planos para os Bellandi, e se Chiara era um deles… nem Deus a salvaria da minha fúria.

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