A primeira coisa que senti foi o calor suave da luz atravessando a cortina pesada do quarto. Meus olhos piscaram devagar, como se meu corpo relutasse em deixar o abrigo do sono, mas o peso de um olhar me arrancou da letargia antes que eu quisesse. Virei o rosto e, encostado na poltrona ao lado da cama, Damon me observava em silêncio, os olhos profundos e escuros fixos em mim como se estudasse cada traço do meu rosto.
O coração saltou no peito — uma reação que se tornava habitual na presença dele. O modo como a penumbra acariciava seus traços fazia com que ele parecesse uma escultura de mármore negro.
— Você estava me observando enquanto eu dormia? — perguntei, a voz rouca de quem acabava de acordar.
Ele arqueou um dos cantos da boca, um sorriso de canto que me desarmava sem esforço.
— Difícil resistir quando você fica tão… serena.
Uma onda de constrangimento me esquentou o rosto. Mordi o lábio inferior e desviei o olhar. Meu peito apertou com o peso da noite anterior e de todas as pal