O vento soprava ao nosso redor como um aviso. As nuvens densas se acumulavam no céu, ameaçando romper em trovão e chuva. Mas ali, entre os dedos de Damon pressionando minha cintura e o olhar que queimava mais do que o sol, havia uma tempestade muito mais perigosa prestes a explodir.
Ele não se afastou. Tampouco recuou. Seu rosto estava tão perto do meu que eu podia sentir o ar que escapava entre seus lábios, o leve toque da barba em minha pele. Mas era o olhar dele que me despia. Que me atravessava. E que dizia, sem palavras, que ele também estava em guerra.
— Você está brincando com fogo, Elara — ele disse, a voz rouca, baixa, quase um aviso sussurrado contra meus lábios. — Eu sou feito de escuridão, de fome... de sede. Eu não sou um homem. Sou algo que você deveria temer.
— Eu tenho medo — confessei, sem me afastar. — Mas desejo muito mais do que temo.
Os olhos dele se estreitaram, faíscando com algo cru, indomável.
— Não diga isso... — ele murmurou, os dedos deslizando de minha cin