Continuou andando, mesmo sabendo que aquele homem a seguia de perto. Não podia acreditar que tinha passado uma noite num lugar tão promíscuo quanto aquele e pior com o homem mais indecente daquele local. Trancou os dentes com raiva quando se lembrou da mulher nua, miando como gato, esperando sua 'festinha'.
— Ei, Cereja — ele chamou de perto agora, pegando pelo seu braço, antes que ela pudesse escapar. — Para de me chamar assim — esbravejou, puxando o braço. — Calma, cere… quer dizer gata! Eu fiz um café da manhã pra você — ela observou que ele estava sem camisa e usava uma calça larga preta. Pelo bom senso da moda, esse cara só usava roupas pretas? Talvez ele gostasse do contraste que aquilo dava a sua pele branca e totalmente tatuada. Lembrou da única tatuagem que ela tinha e sua face perdeu cor — Ei, o que foi? — ele pareceu preocupado. — Você é um cretino — gritou furiosa. Ele pareceu se assustar um momento, mas depois abriu um sorriso de lado, achando a situação engraçada. — Isso é verdade, mas você poderia me explicar como você chegou a tal conclusão? — levantou a sobrancelha em desafio. — Porque você me chama de cereja — ela murmurou, corando envergonhada. A tatuagem na virilha, que tinha feito quando passou na faculdade depois de uma noite de bebedeira, tinha sido sem sentido e agradecia que não era grande demais. — Ahhhh — foi tudo o que ele disse, olhando para o local onde sua tatuagem estaria a mostra se não fosse a sua roupa. — Inacreditável — ela saiu andando, tomando um novo tom de vermelho em seu rosto. Nunca estive tão envergonhada na vida. — Espera, Lua. É sério, eu fiz café — ela fez sinal para o táxi que passada e parou, se voltando pra ele estendeu o dedo do meio da mão direita. — Vai tomar no meio do seu cú — entrou dentro do carro, deixando um Noah totalmente estarrecido parado na calçada. . . . Andando no campus da faculdade, Lua percebeu o quando estava perdida. Ainda tinha o fato de ter que se esconder do Leandro e seu grupo. Sua sorte é que os prédios de medicina e de engenharia não estavam minimamente perto um dos outros. Quando decidiu fazer medicina era por ter o desejo genuíno de ajudar outras pessoas. Sabia que era difícil e batalhou duramente até conseguir passar na melhor faculdade do pais. Sabia também, que se quisesse, poderia facilmente comprar sua passagem para a universidade ou então nem trabalhar. Tinha dinheiro para aquilo, mas nada tirava o gosto da sua vitória. Olhou o relógio e se deu conta de que estava atrasada, precisava ir até a ala de psiquiatria, fazia tempo que não via Louise e esperava que a amiga tivesse um tempo para conversar. Sabia que Louise deveria estar louca, afinal sua amiga estava ansiosa para sua chegada e ela tinha sido negligente… uma vez que chegará a uma semana e não tinha tido contato ainda com a jovem mulher. — Aí, ele é tão gostoso. Eu dava pra ele todos os dias da minha vida se ele deixasse — ouviu uma menina comentar, rolou os olhos. Clássico de faculdade, o desejo louco por todo o sexo que conseguia. Para ela, sexo era conexão, principalmente por causa do complexo que ela tinha com o próprio corpo. Era difícil se amar quando todas as pessoas dizem que você não deve. — Essa áurea de mal, o perigo… eu poderia ter um orgasmo só com isso — outra respondeu. — O que diabos Noah Ferraz faz aqui no prédio de medicina? — a primeira perguntou. Lua tencionou, o nome daquele homem levantando um estágio de alerta imediatamente, se virou devagar, procurando o dito cujo, que estava apoiado no capô de um carro olhando diretamente para ela. Quando viu que ela tinha lhe visto, estendeu as mãos e deu tchau. Ela tentou ignorar, se virou com pressa e recomeçou a caminhar. — Lua? — ele gritou, ela trincou os dentes, sabia que ele não desistiria — Espera, Cereja, você esqueceu a calcinha lá em casa — ela quase infartou, sua pele se tornando vermelho jambo, quando ela se virou para aquele homem e marchou, vendo que todos que estavam do lado de fora do prédio agora a olhava de boca aberta. — O que…. — começou com raiva — O que você quer, porra? — murmurou embravecida. — Tomar um café da tarde, deu trabalho pra fazer — ele deu de ombros — Entra no carro e rapidamente tudo estará acabado, princesa — sorriu de lado, enviando ondas de excitação por todo o seu corpo. O cachorro sabia que era irresistível, cheiroso e gostoso. Fazia aquilo de propósito. Todo vestido de preto com os braços musculosos à mostra. — Não! — ela murmurou, se virando pra sair. — É sério, cereja. Eu tenho algumas coisas pra discutir com você. E eu tô tentando ser bonzinho, pelo menos uma vez na minha vida. Mas se você não vier com as suas deliciosas pernas, eu vou te carregar — ele sorriu, cruzando os braços sobre o peito. Nesse momento, foi a vez dela sorrir, tinha 80 kg, ele nunca conseguiria carregá-la. Não era igual as meninas magras da qual ele estava acostumado. — Não! — decretou, se virando de costas e recomeçando a andar, tinha que se manter o mais longe possível do tipo igual ao Noah. Ela facilmente poderia se apaixonar por ele, com seu estilo badboy e cafajeste, e depois tomaria no cú, quando ele mostrasse exatamente o que era. Um homem que não gosta de compromisso, principalmente com alguém do tipo dela. Não chegou a dar três passos e foi jogada no ar com facilidade, que nem um saco de batatas. Atordoada só teve uma reação, quando estava no carro — Isso é um sequestro — gritou. Ele a ignorou, trancando a porta do carro e correndo para o lado do motorista, quando ele entrou ela o atacou, batendo, arranhando e por fim deu uma mordida mesmo que de leve. Ela sabia que estava lutando sem a mínima intenção de lutar. — Porra Cereja, seja legal e eu deixo você lutar comigo mais tarde — piscando safato ele colocou o carro em movimento, tendo uma mulher extremamente contrariada do seu lado. Ela sabia que tinha um enorme problema para resolver, porque era isso que Noah era: Problema.— Sabe Cereja, eu comprei bolinhos de morango pra você, são seus preferidos, né? — o silêncio no carro foi cortado por aquela pergunta. Confusa, ela franziu a testa tentando imaginar de onde vinha aquela informação, nunca tinha falado sobre aquilo para ninguém. Muito menos para ele, afinal não tiveram uma conversa decente desde o início. Sua intenção era fazer birra e ficar quieta, mas aquela pergunta mexeu com seu lado fuxiqueira, suspirando pensou que era muito azar que ela tivesse encontrado um homem que sabia exatamente como arrancar tudo o que queria dela.— Uhum… como você… — sua voz era fraca, ainda estava com raiva e isso era um características irritante de sua personalidade, limpou a voz e tentou novamente — Como você sabe? — perguntou petulante, cruzando os braços em sua frente numa autodefesa, não queria se mostrar vulnerável, pois era exatamente assim que se sentia perto daquele homem. Ela sentia coisas que não deveria sentir.— Eu estava na Cakes & Cookies no dia que você
De repente ela se lembrou da primeira vez que vou Noah Ferraz…Era final de novembro e depois do primeiro ano na cidade, finalmente ela tinha sido convidada para uma festa. Agora ela percebia que era inevitável que fosse acontecer, embora as crianças não gostassem muito dela e ela não tivesse muitos amigos, a influência de seus pais com certeza era um chamariz para outros pais.~~~Flashback on~~~— Você tá tão lindinha, meu amor – suas bochechas coraram o raro elogio de seu pai.— Falei com a Érica, ela disse que o Leandro está ansioso para vê você na festa – a mãe brincou, era óbvio que todos sabiam que ela tinha uma quedinha pelo menino. Era coisa de criança, é claro! Ela tinha só 7 anos, não poderia ser diferente.No caminho até a casa de Leandro, ela se perguntava se enfim seria chamada para a festa do pijama nas festas das meninas. Todo mundo tinha sido chamado, menos ela. Mas agora que o menino mais popular tinha convidado ela para festa, ela conseguiria ter amigos! Finalmente.
Ela ainda podia ouvir o som das risadas, a cara vermelha pela humilhação foi o que fez ela continuar, tinha que sair dali. Não! Precisava sair dali, de repente, era como se não pudesse respirar. Ela sentia dor, e era uma dor difícil de ser tratada, era uma dor na alma.Levará tanto tempo para se sentir bonita, sentir que era especial de alguma forma! Fora muito idiota, ao imaginar que alguém como Leandro Ferraz a olharia de outra forma. A olharia como mulher! Logo ele que tinha todas aquelas beldades ao seus pés, e ela totalmente fora do padrão estabelecido, tinha acreditado… como ela era burra! O intuito dele era humilhá-la e ela tinha deixado, tinha permitido aquilo.Sempre fora apaixonada por ele, toda sua vida! Desde que se reconhecia por gente. Ele foi uma presença constante na sua vida, seus pais muito ocupados para cuidar dela, a deixava sozinha com os empregados e naquela época, sendo vizinha da família Ferraz, brincava com o menino bonito… Leandro, eles tinha sido amigos quan
Parecia que ela estava em um sonho, tentava abrir os olhos, mas estes se encontravam muito pesados para abrir. A cabeça parecia que iria explodir, lembrava que tinha bebido muito, então provavelmente estava de ressaca, e pior, não sabia onde estava. A constatação de que o colchão abaixo de si parecia diferente do seu, abriu os olhos de repente, saltando na cama e se sentando, se arrependeu de imediato, voltando a cair deitada. Tentou se localizar buscando na memória se conhecia o local que estava, observou que parecia ser um quarto masculino, quase tudo em preto, inclusive os lençóis que estava deitada, olhou o espelho acima de sua cabeça e corou ao se dar conta de que era um daqueles tipos de espelhos de motel.Puta merda! Ela estava num motel? Observou em volta e respirou aliviada quando não percebeu nenhum outro elemento de motel, mas o alívio durou pouco, pois apenas um pervertido colocava um espelho no teto do quarto. Puxou o lençol e olhou para seu corpo, vestido ainda nas suas