Parecia que ela estava em um sonho, tentava abrir os olhos, mas estes se encontravam muito pesados para abrir. A cabeça parecia que iria explodir, lembrava que tinha bebido muito, então provavelmente estava de ressaca, e pior, não sabia onde estava. A constatação de que o colchão abaixo de si parecia diferente do seu, abriu os olhos de repente, saltando na cama e se sentando, se arrependeu de imediato, voltando a cair deitada. Tentou se localizar buscando na memória se conhecia o local que estava, observou que parecia ser um quarto masculino, quase tudo em preto, inclusive os lençóis que estava deitada, olhou o espelho acima de sua cabeça e corou ao se dar conta de que era um daqueles tipos de espelhos de motel.
Puta merda! Ela estava num motel? Observou em volta e respirou aliviada quando não percebeu nenhum outro elemento de motel, mas o alívio durou pouco, pois apenas um pervertido colocava um espelho no teto do quarto. Puxou o lençol e olhou para seu corpo, vestido ainda nas suas peças íntimas, ficou meio aliviada, alguém tinha tirado seu vestido, mas pelo menos teve a decência de não tirar sua roupa inteira. — Merda!!! — quase gritou ao sentir algo duro ao seus pés. O homem resmungou em seu sono, antes de abrir os olhos. Era lindo e estava somente de cueca preta, o corpo tatuado era extremamente atraente e sua boca secou de repente, quase que instantaneamente. Se pegou inspecionando o corpo do homem. — Se você continuar a me olhar assim, eu vou querer olhar também — seus olhos arregalaram quase que de pronto e puxou mais os lençóis, se cobrindo com mais força. Olhou para cima e observou que seu rosto estava limpo de maquiagem e seus cabelos estavam bagunçados de uma maneira sexy, mas ainda sim se sentia uma merda. Franziu a sobrancelha quando a onda de dor de cabeça apareceu novamente — Você deve estar com dor de cabeça, né? — ele questionou, se levantando e dando a ela uma visão privilegiada do seu corpo, corou forte ao perceber que ele estava com o pau ereto — Merda, cereja! Se você continuar a me olhar assim, ele não vai abaixar, sabia? — rindo, ele foi em direção a ela, lhe estendendo um comprimido e um pouco de água. E se virando a deixou sozinha, quando atravessou uma porta. Levantou desesperada, estava no covil de Noah Ferraz e não sabia se tinha se perdido com ele. O homem gritava perigo, e tinha dormido no mesmo quarto que ela. Observou com desgosto que sua calcinha estava úmida, tinha consciência de que estava excitada com o homem, afinal quem não ficaria? Encontrou o vestido num canto e abaixou para pegá-lo. — Porra, que visão — o homem exclamou. Soltando um grito, ela tentou se esconder puxando o vestido ao contrário pelo corpo. — O que… — ela estava confusa, era óbvio que algo tinha acontecido. — Você não se lembra de nada? — ele perguntou divertido. Ela balançou a cabeça, os cabelos balançando no processo. — Nós… quer dizer não me diga que eu sou mais uma das mulheres a dormir na sua cama? — ela estava envergonhada, se tivesse perdido a virgindade com aquele homem e não se lembrasse estaria mais perdida do que achou ser possível. — Bem, cereja, você foi a primeira mulher definitivamente a dormir na minha cama — o cachorro riu, sabia que ele estava fazendo aquilo para atazanar sua vida — As outras pouco tempo teve para dormir — riu mais alto quando ela corou e pareceu um pouco desgostosa — Mas fique tranquila, você mal conseguia ficar acordada, então só dormiu mesmo, como um bebê — aquilo tinha tirado um peso de seus ombros. Já era uma boa notícia. — Eu posso tomar banho? Não posso sair daqui assim — murmurou, desviando o olhar. — Assim como? — questionou olhando com interesse seu corpo, vestido com um vestido que mal tapava a sua bunda. — Como se eu tivesse acabado de ser fudida — estava com raiva, detestava os joguinhos daquele homem. Ele riu com gosto, parecendo gostar de quando ela perdia o controle. — Minha linda, se você tivesse sido fodida por mim, você não estaria acordada agora — riu quando ela engasgou — Pode tomar banho, vou separar uma muda de roupa minha pra você, tem toalhas e escova de dentes extras no banheiro — murmurou, saindo do quarto antes que ela tivesse alguma reação. Ela definitivamente detestava aquele homem! Estava com dor de cabeça e parecia que estava no inferno. Cambaleando, foi ao banheiro e se assustou ao perceber que ela parecia uma bagunça maior ainda do que achava. Se prometeu que não beberia mais! Os flashes da noite anterior vieram, enquanto ela estava no banho, e sua reação foi chorar! Chorar por ser tão burra. Ela se permitiu aquela humilhação, porque sabia que nunca seria desejada por uma pessoa igual Leandro. Olhou para seu corpo, todo disforme. Ela era deformada, uma baleia como aquelas pessoas maldosas tinham dito. Eles tinham razão! Se nem os pais dela a achavam bonita, e gostavam dela… quem gostaria? Com essa realização, um novo grau de dor veio. E ela chorou, por um tempo. Até que teve forças para se erguer. Só queria ir para casa e esquecer de tudo. Ela precisa urgentemente sair dali, colocar a cabeça no lugar e se livrar dos Ferraz. Agradeceria Noah, e ficaria longe, não tinha o porquê ser diferente. Noah era perigoso, e a única coisa que ela não queria era ser o bichinho de estimação do qual ele tinha pena e queria cuidar… fora que ao permitir essa aproximação com Noah, seu salvador, a colocaria perto de Leandro. Sentia calafrios só de pensar… nunca mais beberia daquele jeito, era óbvio que ele deveria estar rindo até aquela hora. Ela tinha sido humilhada e tinha se permitido ser humilhada. Lágrimas de raiva ainda saiam de seu rosto, era revoltante que ela se sentisse tão culpada! Mas era algo óbvio, como um Ferraz, conhecidos por sua genética, corpo perfeito e rosto lindo olharia duas vezes para ela? Não fazia sentido. Saiu do quarto se deparando com uma camisa masculina e uma cueca, rolou os olhos! Essa era a ideia de uma muda de roupa daquele homem? Tudo bem que ele não deveria ter roupas femininas do seu tamanho, mas como ela poderia sair dali daquele jeito? Colocou a cueca e o vestido por cima, jogou a camisa e amarrou! Ficou menos com cara de balada quando fez aquilo. Os cabelos molhados, agora estavam cheios! Uma vez que a escova que ela tinha feito estava fora. Pegou a bolsa e saiu de lá disposta a ir embora. Se surpreendeu ao ver um monte de homens pelo local, na verdade ela não sabia quem estava mais surpreso. Encolheu, ao passar por um homem grande, que a olhou de forma suspeita, todos vestiam preto e eram tatuados! Era lindos e com corpos esguios. Passou por um homem totalmente nú. — Noah! — gritou, iria embora naquele momento! Certeza que aquele local era o centro da promiscuidade. — Noah está aqui? — a mulher em tom de miado saiu do quarto onde o homem nú estava, e ela estava pelada também — Adoro festinha — ela piscou para ela. — O que… ahhh — ele murmurou — Edgar vai colocar uma roupa, e leva Pri com você — ele aparecia sem graça. — Ah Noah, quem é essa delícia com você? Mais uma convidada para nossa festinha? — a mulher falou descaradamente! Lua ficou vermelha igual a um pimentão, e saiu marchando para o mesmo lugar que Noah tinha vindo, sendo seguida de perto por ele. — Cereja? — ela trancou os lábios ao ouvi-lo chamá-la. Detestava aquele homem com todas as suas forças! E sabia que tinha se metido em uma grande encrenca.Continuou andando, mesmo sabendo que aquele homem a seguia de perto. Não podia acreditar que tinha passado uma noite num lugar tão promíscuo quanto aquele e pior com o homem mais indecente daquele local. Trancou os dentes com raiva quando se lembrou da mulher nua, miando como gato, esperando sua 'festinha'.— Ei, Cereja — ele chamou de perto agora, pegando pelo seu braço, antes que ela pudesse escapar.— Para de me chamar assim — esbravejou, puxando o braço.— Calma, cere… quer dizer gata! Eu fiz um café da manhã pra você — ela observou que ele estava sem camisa e usava uma calça larga preta. Pelo bom senso da moda, esse cara só usava roupas pretas? Talvez ele gostasse do contraste que aquilo dava a sua pele branca e totalmente tatuada. Lembrou da única tatuagem que ela tinha e sua face perdeu cor — Ei, o que foi? — ele pareceu preocupado.— Você é um cretino — gritou furiosa. Ele pareceu se assustar um momento, mas depois abriu um sorriso de lado, achando a situação engraçada.— Isso
— Sabe Cereja, eu comprei bolinhos de morango pra você, são seus preferidos, né? — o silêncio no carro foi cortado por aquela pergunta. Confusa, ela franziu a testa tentando imaginar de onde vinha aquela informação, nunca tinha falado sobre aquilo para ninguém. Muito menos para ele, afinal não tiveram uma conversa decente desde o início. Sua intenção era fazer birra e ficar quieta, mas aquela pergunta mexeu com seu lado fuxiqueira, suspirando pensou que era muito azar que ela tivesse encontrado um homem que sabia exatamente como arrancar tudo o que queria dela.— Uhum… como você… — sua voz era fraca, ainda estava com raiva e isso era um características irritante de sua personalidade, limpou a voz e tentou novamente — Como você sabe? — perguntou petulante, cruzando os braços em sua frente numa autodefesa, não queria se mostrar vulnerável, pois era exatamente assim que se sentia perto daquele homem. Ela sentia coisas que não deveria sentir.— Eu estava na Cakes & Cookies no dia que você
De repente ela se lembrou da primeira vez que vou Noah Ferraz…Era final de novembro e depois do primeiro ano na cidade, finalmente ela tinha sido convidada para uma festa. Agora ela percebia que era inevitável que fosse acontecer, embora as crianças não gostassem muito dela e ela não tivesse muitos amigos, a influência de seus pais com certeza era um chamariz para outros pais.~~~Flashback on~~~— Você tá tão lindinha, meu amor – suas bochechas coraram o raro elogio de seu pai.— Falei com a Érica, ela disse que o Leandro está ansioso para vê você na festa – a mãe brincou, era óbvio que todos sabiam que ela tinha uma quedinha pelo menino. Era coisa de criança, é claro! Ela tinha só 7 anos, não poderia ser diferente.No caminho até a casa de Leandro, ela se perguntava se enfim seria chamada para a festa do pijama nas festas das meninas. Todo mundo tinha sido chamado, menos ela. Mas agora que o menino mais popular tinha convidado ela para festa, ela conseguiria ter amigos! Finalmente.
Ela ainda podia ouvir o som das risadas, a cara vermelha pela humilhação foi o que fez ela continuar, tinha que sair dali. Não! Precisava sair dali, de repente, era como se não pudesse respirar. Ela sentia dor, e era uma dor difícil de ser tratada, era uma dor na alma.Levará tanto tempo para se sentir bonita, sentir que era especial de alguma forma! Fora muito idiota, ao imaginar que alguém como Leandro Ferraz a olharia de outra forma. A olharia como mulher! Logo ele que tinha todas aquelas beldades ao seus pés, e ela totalmente fora do padrão estabelecido, tinha acreditado… como ela era burra! O intuito dele era humilhá-la e ela tinha deixado, tinha permitido aquilo.Sempre fora apaixonada por ele, toda sua vida! Desde que se reconhecia por gente. Ele foi uma presença constante na sua vida, seus pais muito ocupados para cuidar dela, a deixava sozinha com os empregados e naquela época, sendo vizinha da família Ferraz, brincava com o menino bonito… Leandro, eles tinha sido amigos quan