KAELEN
O portão de ferro da mansão da família Aurelius deslizou silenciosamente, permitindo a entrada do meu carro na alameda ladeada por sequoias centenárias. A propriedade ficava isolada nas colinas ao norte de Nova York, um refúgio deliberadamente distante do caos da metrópole que eu ajudava a governar. Enquanto me aproximava da casa principal, uma estrutura de vidro e aço que parecia flutuar sobre a paisagem, senti o peso familiar das expectativas se acomodando sobre meus ombros.
Estacionei e subi os degraus de mármore branco. A porta principal se abriu antes mesmo que eu a tocasse, revelando Claire, a governanta humana. Seu rosto, agora marcado pelas rugas que o tempo teimosamente inscreve nos humanos, iluminou-se com um sorriso genuíno.
— Menino Kaelen! — exclamou, os olhos brilhando. Mesmo com meus 35 anos ela ainda me vê como menino — Que bom tê-lo aqui. Faz tempo.
Um sorriso raro e involuntário cruzou meus lábios. Clara fora minha babá durante os primeiros anos da minha vida