A escuridão era espessa e bem acolhedora, eu acabei caindo no sono, entrelaçada ao colchão confortável e os lençóis de seda. Meu corpo estava afundado, cada músculo finalmente descontraído após aquele dia interminável. A minha mente, apesar de tudo, ainda permanecia pensando em Matteo.
A minha respiração estava em um rimo suave, um barco balançando em um mar calmo. Até que algo – um instinto ancestral, um estalo no carpete, o ínfimo rangido de um peso se transferindo, me puxou para a superfície do sono.
As minhas pálpebras se abriram ainda pesadas, grudadas pelo cansaço. A penumbra do quarto invadia agressivamente os meus olhos, dançava diante de mim em formas indistintas se confundindo com a sombra dos móveis. Eu afastei dos meus olhos a névoa e então o meu coração parou.
A silhueta, alta, larga de ombros, não era um móvel. Era escura, como se dentro do quarto estivesse o próprio diabo em pessoa. Era uma estátua vingativa de mal presságio. O ar saiu dos meus pulmões. Um bloqueio de g