CAPÍTULO 22 – A PERSEGUIÇÃO SILENCIOSA (Ana & William)
ANA
Eu acordei cansada, como se não tivesse dormido nada. A verdade é que não dormi mesmo. Passei a noite inteira pensando no que William disse — e no modo como disse. As palavras dele ecoaram na minha mente como um alerta e, ao mesmo tempo… como um chamado perigoso.
“Você já é minha.”
Não. Não, eu não era. Não podia ser. Eu precisava manter isso claro na cabeça.
Mas a cada vez que repetia para mim mesma, menos convincente parecia.
Desci as escadas com cautela, quase espiando antes de virar cada corredor. Eu não queria encontrá-lo, não ainda. Eu precisava organizar meus pensamentos, precisava respirar.
Só que, ao chegar à cozinha, o encontrei sentado à mesa com uma xícara de café, a postura perfeita, a expressão indecifrável. Ele parecia… calmo demais.
E isso era exatamente o que me assustava.
William ergueu o olhar lentamente, como se já soubesse que eu estava ali antes mesmo de entrar.
— Bom dia, Ana — disse, com aquela voz baix