CAPÍTULO 21 – O OLHAR QUE NÃO SOLTA (Ana & William)
ANA
Toronto parecia ainda mais frio naquela manhã, mas eu sabia que o que realmente gelava minha pele não vinha do clima. Era do dia anterior. Da aproximação. Do quase-toque. Do jeito como William me olhou — como se pudesse me quebrar… ou me guardar para sempre.
E aquilo não fazia sentido. Não podia fazer.
Eu estava na mansão há pouco tempo, era babá, contratada temporariamente. E ele… ele era o CEO mais temido da cidade, o homem que metia medo em diretores inteiros com meia dúzia de palavras. Não fazia sentido olhar para mim daquele jeito.
Mas olhou.
E ainda estava olhando.
Eu senti isso antes mesmo de descer as escadas. Abri os olhos e meu corpo reagiu estranhamente — como se soubesse que ele estava ali embaixo, como se reconhecesse o peso da presença dele.
Quando cheguei à cozinha, ele estava encostado no balcão de mármore, camisa social preta, manga dobrada até o antebraço, a xícara de café esquecida na mão.
E os olhos… em mim.
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