CAPÍTULO 19 — O QUE ELE NÃO CONSEGUIA NOMEAR
Narrado por William e Ana
---
WILLIAM
Eu passei o resto do dia de trabalho tentando ignorar o incômodo que tinha se instalado dentro de mim. A imagem de Ana na recepção, protegendo Téo como se ele fosse o que ela tinha de mais precioso, continuava voltando à minha cabeça como um filme mal cortado. Eu nunca tinha visto alguém entrar na minha empresa daquele jeito — sem arrogância, sem medo… mas com uma determinação que me desmontou.
E eu não gosto de coisas que me desmontam.
Quando cheguei em casa, encontrei o corredor principal iluminado por uma luz quente. Ouvi risadinhas vindas da sala de brinquedos. Meu instinto — ou o hábito — me fez ir até lá.
E lá estavam eles.
Téo sentado no tapete, rodeado por carrinhos, e Ana ao lado, ajudando-o a montar uma pista improvisada. Era uma cena simples… mas alguma coisa nela fez meu peito apertar.
— Papai! — Téo me chamou, animado. — A Ana fez um looping! Olha!
Ana corou levemente, desviando os olhos