Âmbar.
— Desculpe, mas acho que você está me confundindo. — Minha voz sai mais firme do que eu esperava, fria e controlada, como se as palavras fossem cuidadosamente pesadas, uma medida exata de autoridade.
Com o tempo, aprendi a moldar a voz conforme a necessidade da situação, como um camaleão que se adapta ao seu ambiente. Hoje, falo com a voz de Âmbar, a versão de mim mesma que é imponente, superior, até desdenhosa, sem deixar transparecer nada do que eu realmente sou. Uso essa versão para manipular ou influenciar os outros.
E é o que acontece agora. Não há espaço para fraquezas aqui, apenas o eco de uma confiança inabalável, projetada para desarmar qualquer tentativa de questionamento. Eu sou quem detém o controle da conversa, quem decide o tom e a direção das palavras. E, nesse momento, a minha voz é uma arma afiada, preparada para cortar qualquer interferência.
— Eu... É que... — A hesitação na voz dele revela sua confusão, como se estivesse preso em uma dança de lembranças e d