Ele se afasta da porta em silêncio e eu entro.
— Não é o que você está pensando — digo. — Eu vim porque não consigo dormir.
O olhar dele percorre meu rosto por um instante e minhas bochechas ardem.
— Eu não conheço nenhuma canção de ninar — responde, seco. — E as minhas histórias de dormir podem ter o efeito oposto nos mortais.
Seguro um sorriso com seu humor ácido.
— Tudo lá em cima é muito grande para mim. Sinto falta do meu apartamento pequeno.
— Você não vai voltar para lá. Não tenho ninguém disponível para ficar te vigiando.
— Na verdade, eu ia pedir que nós trocássemos de lugar. Você fica lá e eu aqui.
Ele não precisa nem pensar antes de responder:
— Não.
Direto. Típico dele.
Bufo.
— Por que não? O apartamento do Cael é perfeito.
— Se eu achasse perfeito, teria um igual. — um sorrisinho de canto de boca, quase imperceptível, surge, antes que ele saia andando. — E é aqui que as minhas armas estão.
Entra na sala do fundo, que deveria ser um closet, mas que estava cheio de armas