O cheiro chega antes dela. Doce e limpo, cortando o ar cheio de álcool e suor do salão de jogos. Tento me concentrar na bola oito, alinhando a tacada, mas a presença dessa humana se arrasta pela minha pele.
— Preciso que um de vocês me mostre as notas fiscais...
A voz dela é um ruído de fundo que eu me forço a ignorar. Samiel responde por nós dois, como sempre. Mas então ele a chama de volta.
— Venha relaxar um pouco, Lexi.
Estreito os olhos para ele, Samiel não perde uma oportunidade de me deixar sozinho com ela. Ele a está servindo para mim em uma bandeja de prata, e essas atitudes óbvias me irritam profundamente. Só o mestre do clã pode reivindicar uma victus, e ele sabe que eu não a quero. Mesmo assim, está insistindo, empurrando a mulher na minha direção como se, sem ela, o clã fosse acabar.
Ela se aproxima, e a porra do cheiro fica mais forte a cada centímetro. E está misturado com o cheiro de Samiel — um traço fraco do dia que ela tomou o tiro — mas não o suficiente. Não chega