No silêncio sereno do voo, com apenas o leve zumbido dos motores ao fundo, Fernando deslizou o olhar de sua posição no colo de Isadora até encontrar os olhos dela — tão cheios de amor, de calma, de confiança. Aqueles olhos que, sem uma palavra, diziam tudo o que ele precisava ouvir.
Sem pressa, ele se ergueu, ainda ajoelhado entre suas pernas. Sua mão direita acariciou o rosto dela com os dedos quentes e firmes, o polegar contornando a curva delicada dos lábios entreabertos. Isadora não desviou o olhar, seus olhos brilhavam com ternura e um convite silencioso.
Fernando se aproximou mais, inclinando o rosto até que sua boca roçasse na dela, bem devagar. Foi um beijo de adoração — lento, profundo, quase uma oração. Seus lábios se moveram com cuidado, como se quisessem memorizar cada sensação. Ele não a beijava só com desejo… ele a beijava com alma, com pertencimento. Como quem volta pra casa.
— Você tem gosto de paz — ele murmurou contra a boca dela, com os olhos fechados, ainda colado