A manhã seguia leve e animada, o café na mesa ainda quente, as crianças espalhadas pelos colos e pelos tapetes da sala, e as conversas correndo soltas entre piadas, planos e promessas de encontros futuros. Mas então, o tom aos poucos foi mudando, sutil, conforme Paolo se levantou da cadeira com um sorriso contido e os olhos um pouco mais brilhantes do que de costume.
— Bueno... chegou a minha hora, ele anunciou com a voz embargada, pegando sua mala próxima à porta. — O dever me chama na Espanha... e vocês sabem como minha máfia também sente minha falta.
O silêncio se instalou por um segundo, como se ninguém quisesse aceitar aquilo ainda.
Isadora foi a primeira a se levantar. Caminhou até o irmão e, por um instante, pareceu aquela mesma garotinha que corria atrás dele no quintal, pedindo colo, proteção... e agora estava ali, grávida, casada, mulher feita — e ainda assim com o mesmo olhar de menina emocionada diante do seu herói.
Ela o abraçou apertado, como se quisesse gravar aquele mo