A luz dourada da manhã filtrava-se pelas janelas da cozinha, aquecendo o ambiente com uma serenidade típica de recomeços. Isadora estava descalça, vestida apenas com a camisa branca de Fernando — larga demais, que caía até o meio das coxas. Os cabelos soltos, ainda desalinhados do sono, e aquele brilho de paz recente nos olhos.
Ela cantarolava baixinho enquanto mexia o café, com uma leveza que encantava Fernando, que estava recostado na bancada, observando-a com um sorriso preguiçoso nos lábios. O calor do fogão, o aroma de café fresco e o som das pequenas panelas no fogo criavam um cenário doméstico e acolhedor — mas entre eles havia algo mais. Uma eletricidade silenciosa, constante, que mesmo nas manhãs tranquilas nunca desaparecia.
Fernando se aproximou por trás e envolveu a cintura dela com os braços, colando o peito nu ao tecido fino da camisa. Encostou o rosto no pescoço dela e sussurrou com a voz rouca da manhã:
— Você tem ideia do que faz comigo, mulher?
Isadora riu baixinho,