O casebre era úmido. Fedia a mofo e ferrugem.
Mas nada… nada se comparava ao que ela viveu ali dentro.
Arturo chegou transtornado. O olhar perdido, os lábios trêmulos, rindo como um louco.
— La Trinità… — ele cuspia o nome com ódio. — Eles estão vindo… A porra da Trindade! A elite italiana!
Ela já ouvira esse nome nos sussurros da máfia. Sabia o que representava.
Leonardo. Fellipo. E… Paolo.
Sua respiração quase falhou.
Eles estavam perto.
Muito perto.
Mas Arturo também sabia.
E, como um cão encurralado, ele resolveu ser cruel.
— Se não posso ter você, vou deixar sua lembrança gravada no sangue de todos eles.
— Vamos ver o quanto seu irmão te ama, depois de ver o que sobrou de você.
Os capangas cavaram com pás velhas no corredor. Ela ouviu tudo.
— Aqui mesmo. Um túmulo. Uma lenda enterrada viva.
— Nua. Fraca. Sem nome. Sem identidade.
Isadora estava caída no chão de madeira, o corpo coberto de hematomas. Os joelhos ralados. O sangue escorrendo entre as pernas.
Mas não gritou.