CAP-06

O casebre era úmido. Fedia a mofo e ferrugem.

Mas nada… nada se comparava ao que ela viveu ali dentro.

Arturo chegou transtornado. O olhar perdido, os lábios trêmulos, rindo como um louco.

— La Trinità… — ele cuspia o nome com ódio. — Eles estão vindo… A porra da Trindade! A elite italiana!

Ela já ouvira esse nome nos sussurros da máfia. Sabia o que representava.

Leonardo. Fellipo. E… Paolo.

Sua respiração quase falhou.

Eles estavam perto.

Muito perto.

Mas Arturo também sabia.

E, como um cão encurralado, ele resolveu ser cruel.

— Se não posso ter você, vou deixar sua lembrança gravada no sangue de todos eles.

— Vamos ver o quanto seu irmão te ama, depois de ver o que sobrou de você.

Os capangas cavaram com pás velhas no corredor. Ela ouviu tudo.

— Aqui mesmo. Um túmulo. Uma lenda enterrada viva.

— Nua. Fraca. Sem nome. Sem identidade.

Isadora estava caída no chão de madeira, o corpo coberto de hematomas. Os joelhos ralados. O sangue escorrendo entre as pernas.

Mas não gritou.

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