SAVANNAH
O ar da varanda está frio, mas não tanto quanto o que ficou na cozinha. Sinto o cheiro da terra molhada e o bolo de cereja que recusei ainda paira no ar, como um lembrete da minha fuga apressada. Cruzei os braços, tentando manter a compostura, quando ouço passos atrás de mim. Ryder chega rápido, determinado, e agarra-me pelo braço com uma firmeza que me obriga a parar.
— Savannah, o que se passa? — A voz dele é baixa, mas carrega uma urgência que não consigo ignorar.
Endireito as costas, olho em frente, sem ceder. Não vou dar parte fraca, não agora.
— Não se passa nada, Ryder.
Ele solta um suspiro frustrado, mas não me larga.
— Não sou idiota, Savannah. Sei que alguma coisa se passa contigo.
Viro-me, os olhos fixos nos dele, e deixo escapar, quase num sussurro, mas carregado de amargura:
— Se sabes o que se passa, porque perguntas?
Ele recua ligeiramente, surpreendido com a minha defensiva. O maxilar dele trava, como se estivesse a tentar controlar-se.
— Sei que não estás bem