Capítulo 140
Luca Black
Entrei na casa de Tamyres como se fosse um dia comum.
— Luca! Que bom que veio.
Ela me recebeu com aquele sorriso de sempre, afiado. Vestida simples demais para quem vive de olhares, gesticulou com a taça que segurava, como se já soubesse que eu vinha. Atravessei a sala.
— Você sabia que eu viria — falei, a voz baixa, sem cerimônia ao me aproximar. Toquei a garrafa sobre a mesa e a observei com a mesma frieza que uso para montar um plano.
— Não sabia. Sabe que gosto de um bom vinho seco. Mas o que te trás aqui, hoje? A que devo a honra da sua presença?
Fui direto:
— Como você sabia de coisas íntimas da minha mulher? Faz barraco ontem e sabia de coisas demais.
Ela deu de ombros, tirou o salto com naturalidade e caminhou na minha direção. O perfume dela era daqueles que ficam — chegava a provocar náusea.
— Tenho meus meios — disse, com suficência. — Não é segredo pra você que nunca te esqueci. E que sempre detestei a mulher que