Capítulo 141
Riley Black
Fiquei esperando um tempo que me pareceu uma eternidade. O relógio da sala marcava minutos que batiam como pequenos martelos no meu pensamento: cada segundo era um enigma novo, um medo que se formava. Luca demorava. No começo imaginei que fosse só trânsito. Mas a demora foi crescendo dentro de mim, abrindo espaços para pensamentos inconvenientes — e, com eles, a imagem de Tamy sorrindo com aquela naturalidade de gente que acha que pode tudo.
Fechei a porta do armário de louças duas vezes e, em seguida, deixei as mãos caírem incertas ao lado do corpo. O bebê deu uma pequena pontada, como um lembrete de que havia outra vida ali dentro que precisava mais de calma do que eu conseguia oferecer. Respirei fundo, tentando empurrar a inquietação para longe. Não funcionou.
Lembrei de cada palavra de Tamy, do tom venenoso, do prazer que ela parecia sentir em tocar o que me era mais querido. A raiva subiu como se fosse fogo, mas junto com ela veio um fio fino de dúvid