— Que ousada a minha mulher — sussurrou Romeu. Fiquei paralisada ao ouvir sua voz.
— O que faz aqui? — perguntei, aproximando-me. Sorri largo, mas meu semblante mudou ao perceber que ele estava ferido.
— Você está machucado?
— Não se preocupe, estou bem. Precisamos conversar, Anny.
— Hum... vamos até o quarto — sugeri, notando a seriedade no rosto dele. Havia algo em seus olhos — medo, dor, urgência.
— O que você tem pra dizer? Está me deixando aflita.
— Amor, o que fazia na rua sozinha? Você não tem ideia do perigo. Desde que entrei nessa droga de mundo, tudo mudou. Tive medo, Anny… medo de te perder, de perder a mulher que eu amo. Eles sabem quem você é. Sabem que você é meu ponto fraco. Como pôde sair daquele jeito, hã?
— E como eu deveria agir depois da ligação daquela mulher? Afinal… ela está viva. Deve existir algo entre vocês, não?
— Deixe de ser boba, Anny. Você me fez esquecer aquela droga de passado. Você me curou. Sinto sua falta!
— Quem cuidou de você?
— Não grita! Hugo