Estou culpando a mim mesmo. Eu sou o culpado nessa história.
— Acho melhor você ir. O que está fazendo ainda no quarto?
Ele não se move. Permanece deitado, olhando para o teto, como se estivesse tentando encontrar respostas ali.
— Pare de bancar a durona, Emily. Sei que está tão abalada quanto eu. — Sua voz sai grave, quase rouca. — Está arrependida?
Minha respiração se agita. Arrependida? Ele está falando dele mesmo. É ele quem está arrependido.
Não. Eu não me arrependo. Estou triste, sim, mas não arrependida. Estou destruída por saber que, para ele, nada mais pode evoluir.
Com o orgulho me sustentando, aproximo-me dele e o encaro. Okan se senta na cama, os olhos atentos percorrendo meu rosto, buscando algo.
— Por que estaria arrependida? — digo com firmeza, erguendo o queixo. — Cedemos ao prazer. Foi o que nossos corpos pediram. Não se sinta culpado.
Ele parece confuso agora, estudando meu rosto. Sei o que ele está vendo. Sem maquiagem, meu rosto denuncia minha idade, minha juventude. Meus lábios ainda tremem. Meus olhos, lavados pelas lágrim