O restante da tarde passou arrastado. Júlia tentava manter o foco, mas a discussão com Caio reverberava em sua mente como um eco incômodo. As palavras dele, ditas com aquela intensidade contida, pareciam ter acendido algo dentro dela — algo que ela não queria, mas não conseguia ignorar.
"Isso… me irrita."
A maneira como ele dissera isso... como se cada sílaba fosse uma confissão arrancada à força. E o pior era saber que aquela raiva não vinha do trabalho. Não era sobre um relatório ou uma agenda. Era sobre ela. Sobre o que ela fazia. Com quem falava. Com quem sorria.
Mas por que isso importava tanto para ele?
Ela terminou de revisar a última planilha do dia e já se preparava para ir embora quando recebeu uma notificação no celular: “Reunião urgente – Caio Montenegro. Sala de conferência 3.”
Suspirou, sem esconder o cansaço.
Ser chamada no final do expediente para mais uma "urgência" era típico dele. Mas algo dizia que não se tratava de trabalho.
Ao chegar à sala de conferência, encont