O escritório improvisado no último andar do Montenegro Hotel parecia uma trincheira. Mapas, anotações, cópias de documentos, pendrives rotulados, pastas confidenciais. Júlia percorria o ambiente com uma xícara de café na mão, sem conseguir tomar um gole sequer. Do outro lado, Caio falava ao telefone com o promotor Cláudio Rebouças.
— Sim. Entendi. Amanhã, oito da manhã. Mandado sob sigilo absoluto. — ele disse, e então pausou, ouvindo algo. — Não. Ninguém saberá. Estaremos prontos.
Ele desligou e virou-se para Júlia.
— É oficial. Rebouças vai pedir o mandado de prisão preventiva contra Otávio. Sigilo total. A operação deve acontecer em menos de quarenta e oito horas.
— E o juiz de instrução?
— É confiável. Escolhido a dedo. O mandado será entregue em mãos. Não passará por nenhum protocolo eletrônico.Júlia assentiu, tentando conter a ansiedade. Por tanto tempo, aquele momento parecia impossível. Mas agora… estava ao alcance.
— E Elias? — ela perguntou. — Já sabe?
— Ainda não. Vamos avi