Era madrugada quando Caio e Júlia chegaram à sede da Montenegro. O prédio estava praticamente vazio, exceto pela equipe de segurança noturna. Mesmo assim, o clima parecia carregado, como se a escuridão soubesse mais do que devia.
Subiram direto para o andar executivo. Júlia segurava firme o pendrive de Elias Guerra como se fosse um coração pulsando entre os dedos. Ele continha confissões, documentos e imagens que, se autenticadas, poderiam desmoronar o império silencioso de Otávio Simões.
Na sala de reuniões, aguardavam por eles dois dos advogados mais experientes do Montenegro Group: Leandro Vasques, especialista em crimes corporativos, e Helena Duarte, ex-promotora, agora aliada do grupo desde a última reformulação estratégica.
— Isso é mais do que esperávamos — disse Helena, após analisar rapidamente os arquivos. — As gravações são claras, as assinaturas podem ser periciadas, e o relato em vídeo do contador é direto. A linha do tempo corresponde.
— Vamos acionar o Ministério Públic