O sol mal havia nascido quando Dom abriu os olhos. A casa ainda dormia, o silêncio era cortado apenas pelo som distante de um galo e o farfalhar das árvores do quintal. Ele se levantou devagar, vestiu uma calça de moletom e uma camiseta simples, e foi até o corredor.
Ao descer as escadas, parou por um instante ao ver Marvila dormindo encolhida no sofá, o cobertor caído até o chão, o corpo virado de lado e o rosto sereno, apesar do desconforto. O cabelo despenteado, a barriga coberta pela manta, ele deu um leve sorriso observando como ela dormia.
O coração dele apertou. Sentiu um arrependimento silencioso. Ela não merecia dormir assim, e ele sabia que, de alguma forma, havia contribuído para aquela distância entre eles.
Ficou olhando por alguns segundos, pensativo. Depois, respirou fundo e teve uma ideia. Decidiu fazer algo por ela, algo que fosse só dela.
Saiu pela porta dos fundos e foi até o quintal. O ar da manhã estava frio, úmido, e o cheiro de terra molhada lhe trouxe um certo c