O céu da manhã estava encoberto por nuvens finas, o tipo de dia que não prometia chuva, mas também não trazia luz suficiente para afastar a sensação de peso no ar. Natalie observava o carro estacionado na frente de casa com um nó na garganta. Helen e Ethan se preparavam para voltar a Nova Iorque.
Amaya estava no colo da avó, entretida com um dos chaveiros da bolsa de Helen, que fazia de tudo para sorrir, apesar do coração apertado.
— Ainda acho que deveríamos ficar mais alguns dias — disse Helen, olhando discretamente para Alejandro, que saía da casa com uma das malas em mãos.
— Mamãe... — Natalie começou, com delicadeza.
— Eu sei — interrompeu Helen, com um sorriso triste. — Vocês têm a vida de vocês, e nós temos a nossa. Só... é difícil ir embora depois de finalmente ver minha neta. Depois de... te ver de verdade, Natalie.
Natalie se aproximou da mãe e a abraçou com força. Não havia mais distância entre elas. Os anos afastadas haviam deixado cicatrizes, sim, mas ali, naquele abraço,