O relógio na parede marcava pouco mais de cinco da tarde quando Natalie respirou fundo, alisou o jaleco e caminhou até o quarto 214. A porta estava entreaberta, e a luz suave do entardecer atravessava a janela, tingindo o ambiente de dourado.
Ela bateu levemente duas vezes antes de entrar.
— Com licença… — murmurou, entrando devagar.
Isadora estava acordada, os olhos ainda pesados pela anestesia, mas lúcidos. Malu segurava sua mão com ternura, sentada ao lado da cama. Alejandro estava de pé no canto do quarto, observando tudo em silêncio, como uma sombra protetora.
— Doutora Natalie — Malu disse com um sorriso fraco — ela acordou há pouco.
Natalie se aproximou da maca e verificou os monitores. Estava tudo dentro do esperado. Depois, olhou para a menina.
— Oi, princesa. Como está se sentindo?
— Dói um pouco... — ela murmurou, a voz fraca. — Mas a moça da agulha disse que ia passar logo.
Natalie sorriu com doçura.
— Vai mesmo. Você foi muito corajosa. E a cirurgia corr