Quando Florence acordou, viu, sentada ao lado da cama, uma policial de uniforme. A mulher abriu um leve sorriso, transmitindo uma tranquilidade inesperada.
— Você acordou? Quer um pouco de água? — Perguntou a policial, levantando-se para servir um copo com cuidado. — Foram só ferimentos leves. Nada grave.
— Obrigada.
Florence se apoiou para pegar o copo, mas suas mãos ainda tremiam. O medo persistia, ecoando em cada batida de seu coração.
A policial a observava em silêncio, sem pressioná-la. Somente quando Florence começou a se acalmar, ela finalmente prosseguiu.
— O Gabriel também está bem, mas vocês dois estão apresentando versões diferentes. Por isso, preciso do seu depoimento.
O movimento de Florence parou no meio do caminho. Ela encarou a policial, incrédula.
— Versões diferentes? Como assim?
Era absurdo. Como algo tão evidente poderia ser tratado como uma questão de versões?
A policial respirou fundo, sem rodeios:
— Gabriel disse que estava bêbado e que foi isso que o deixou agre