Saí da mansão e fui para as ruas.
Caçei qualquer desgraçado que estivesse devendo para a Trindade, qualquer verme que pudesse me dar uma desculpa para descontar a raiva que estava me consumindo por dentro.
Encontrei dois traficantes que deviam meses para o Dom. Não dei chance para eles falarem nada. Só parti para cima, com os punhos e a violência transbordando pelos poros.
Eu queria sentir dor.
Queria apagar Cecilia da minha cabeça nem que fosse à base de sangue.
A cada soco, eu pensava nela.
A cada chute, eu via o sorriso dela.
E quanto mais eu batia, mais a imagem dela se misturava com os gritos.
Ela, rindo.
Ela, me olhando com ternura.
Ela, gemendo meu nome.
Ela, correndo de mim.
Quando terminei, estava coberto de sangue — dos outros e meu.
Joguei os corpos no rio, voltei para o galpão e me tranquei no escritório.
Mas não adiantou.
O cheiro de sangue não apagou o cheiro dela que estava impregnado na minha pele.
Eu não consegui arrancar ela de mim.
E, no silêncio da madrugada, quand