O céu ainda tinha tons alaranjados quando Cecília despertou. A luz suave filtrava pelas frestas da cortina, e o som dos passarinhos anunciava o novo dia. A barriga, já bem crescida, tornava difícil encontrar uma posição confortável para dormir — as meninas estavam agitadas, como se também sentissem a vida pulsando forte.
Ela suspirou, passou a mão carinhosa sobre o ventre e sorriu, mesmo com sono.
— “Bom dia, minhas bailarinas… mamãe não dormiu muito, mas já vai dar um jeitinho.”
Com cuidado, levantou-se da cama sem acordar Fellipo, que dormia profundamente, depois da noite emocional que haviam vivido. O rosto dele, sereno, a fez sorrir ainda mais. Ela ajeitou o cobertor sobre ele e foi até a cozinha com passos silenciosos.
Lá, se deixou envolver pela rotina que tanto amava. Enquanto colocava a água pra ferver e separava os ingredientes, seus pensamentos estavam nas pessoas que amava. Sabia que, em poucas horas, a casa estaria cheia de novo. A Trindade sempre acabava se reunindo ali,