Cecília deixou Fellipo descansando mais um pouco e foi até a cozinha preparar algo leve. As empregadas já estavam atentas, e rapidamente tudo foi organizado com carinho: frutas frescas, torradas integrais com geleia, ovos mexidos com pouco sal, suco natural de acerola bem azedinho — perfeito pra espantar a ressaca — e, claro, chocolate quente pra ela.Ela ajeitou tudo na bandeja, mas antes de subir, foi até a varanda pegar um pouco de ar. Foi quando sentiu: um empurrãozinho do lado esquerdo… depois outro do lado direito… e então, como uma onda suave, suas meninas começaram um verdadeiro balé dentro da barriga.— “Ai, minhas bailarinas acordaram, foi?” — Cecília murmurou com um sorriso encantado, pousando ambas as mãos sobre o ventre que se movia de um lado para o outro.Subiu com cuidado as escadas e entrou no quarto.— “Fellipo… acorda, amor você dormiu de novo. Suas filhas estão querendo falar com você.”Ele, ainda meio grogue, ergueu a cabeça devagar.— “Elas… estão mexendo?”— “M
A tarde seguia brilhante na casa da Trindade, e o clima de leveza era quase mágico. O som da água, as risadas ecoando e o cheirinho doce de frutas tropicais enchiam o ar.No lado mais fundo da piscina, Fellipo, Leonardo e Fernando estavam numa disputa acirrada de vôlei d’água. Com camisas fora do corpo e os músculos à mostra, cada um fazia questão de mostrar que era o melhor — ou ao menos fingia.— “Subchefe, tá lento hoje, hein? Vai perder pra um pai de primeira viagem?” — provocou Fernando, mandando a bola com força.— “Lento nada, Executor... tô economizando energia pra outra partida mais interessante mais tarde...” — Fellipo rebateu, mandando a bola com precisão pra cima de Leonardo.Leonardo caiu na gargalhada, tentando defender. O jogo era mais sobre diversão do que competição, e os três estavam como meninos de novo, esquecendo por algumas horas o peso do mundo que carregavam.Mais ao lado da piscina, Samara secava os cachinhos de Lorenzo com uma toalha pequena. O bebê risonho ba
A noite já estava em silêncio. A casa repousava, e o céu estrelado começava a dar lugar ao azul suave da alvorada.Fernando estava sentado na beirada do deque, os pés descalços tocando a grama ainda orvalhada. A brisa era fria, mas a mente fervia. Desde o resgate de Isadora, algo nele estava mudando. No começo, era uma responsabilidade... depois, uma proteção diferente... agora, era um desejo estranho de vê-la sorrir mais. E aquele sorriso tímido no fim da noite o desarmou por completo."Ela tem o cabelo mais lindo do mundo." Ele soltou um suspiro, passando a mão no rosto. — Droga... — resmungou, e riu de si mesmo. — Tô lascado...Enquanto isso, o sol já subia, beijando a mansão com sua luz dourada. Na suíte principal, Cecília se mexeu inquieta. Estava difícil dormir com as meninas mexendo tanto. Riu sozinha ao lembrar dos chutões que ganhou durante a noite.— "Bom dia, minhas bailarinas..." — murmurou com carinho, alisando o ventre. — "Mamãe vai procurar os irmãos de quatro patas
A manhã estava suave, banhada por uma luz dourada. O aroma de café ainda pairava no ar quando Cecília e Samara se aproximaram de Isadora, que observava pela janela da mansão os primeiros raios iluminando o jardim ainda em construção.Cecília foi a primeira a falar, com aquele sorriso doce que derretia qualquer armadura:— "Isa… já reparou que essa casa ainda está em branco?"Isadora olhou em dúvida.Samara completou:— "E a gente acha que você é quem deve dar cor, alma e vida a ela."Isadora olhou de uma para a outra, o coração disparado. Cecília pegou suas mãos com carinho.— "Você já é nossa irmã. E como irmãs, queremos te ajudar a pintar esse novo capítulo da sua vida."— "E a conquistar o coração do executor mais teimoso da Itália…" — completou Samara com uma piscadinha marota.Isadora, sem voz ainda para dizer tudo o que sentia, apenas soltou uma risada tímida e corou. Suas bochechas ficaram rosadas, e ela assentiu com um brilho nos olhos. Aquilo era mais que um gesto simbólico —
A noite seguia envolta numa bruma de lavanda e calor. O toque de Fellipo, que começara apenas como um gesto de cuidado, agora se transformava em algo mais profundo. O amor que sentia por Cecília transbordava em cada carícia, em cada respiração entrecortada pelo desejo crescente.Ele deslizou mais óleo morno pelas mãos e voltou a massagear sua barriga, com a reverência de quem acariciava a morada sagrada de suas filhas. Seu toque desceu lentamente pelas coxas de Cecília, e o silêncio da suíte foi preenchido pelos suspiros doces dela.— “Você é feita de magia, Cecília…” — sussurrou ele, com a voz rouca de desejo.Cecília arqueou levemente o corpo, sentindo cada gesto como se o mundo à sua volta desaparecesse. Era o amor deles que falava agora, por meio da pele, do olhar, do toque.Ela envolveu Fellipo pelas costas, puxando-o para mais perto, e o nome dele escapou de seus lábios em gemidos, enquanto ele a adorava como se fosse a única mulher do universo — e para ele, era mesmo.Com delica
Depois da tarde de jogatina e gargalhadas, a casa já estava com aquele cheirinho bom de comida no ar. Cecília, Samara e Isadora estavam na cozinha, entre panelas e conversas leves, preparando o jantar com ajuda das empregadas, enquanto os homens e Pietro ainda riam das partidas.Na área externa, ao redor da grande mesa de madeira rústica iluminada por luzes penduradas entre as árvores, tudo estava pronto para uma noite tranquila.— “Senhores mafiosos, hora de comer!” — brincou Samara, abrindo a porta de vidro e chamando todos com um sorriso.Lorenzo estava no colo de Fernando, que o segurava com jeito — apesar de ainda parecer um pouco travado. O bebê já sorria quando via Isadora, que, mesmo tímida, não resistia e fazia caretinhas para ele , ela estava se reconstruindo.A mesa estava linda: saladas coloridas, massas frescas, uma carne assada no ponto, pães artesanais e sucos naturais. Tinha vinho também, é claro, mas Fernando ainda estava se recuperando da derrota no Free Fire, então s
O sol da tarde aquecia suavemente quando Cecília saiu do consultório médico, as mãos sobre a barriga enorme que parecia ter vida própria — e tinha, afinal, quatro mocinhas agitadas ali dentro.Fellipo vinha logo atrás, segurando a bolsa com os exames, parecendo ainda mais tenso que a própria gestante.— “César... o quê?!” — reclamou Cecília, bufando com bico feito, sem nem esperar chegar ao carro. — “Cesariana, meu amor. A doutora explicou, lembra? Elas estão grandes demais, o parto normal seria arriscado...”Ela cruzou os braços sobre a barriga (ou pelo menos tentou) e virou o rosto. — “Vocês dois decidiram por mim. Nem perguntaram se eu queria. Eu queria parir como uma loba selvagem! Forte, deusa da vida, sabe?”Fellipo segurou o riso. — “Cecília, você é minha loba selvagem. Mas com quatro bebês quase do tamanho do Lorenzo no colo... a loba merece um conforto extra.”Ela olhou de canto, sem desfazer o bico.— “Tô brava com você. Muito brava.”— “A gente pode conversar no carro, co
Depois de algumas comprinhas extras e mais uma parada estratégica para água de coco — exigência de Cecília, com aquele ar sapeca que só ela tinha —, os dois chegaram em casa com sacolas, risadas e a leveza de quem sabia que estava vivendo dias preciosos.Ao entrarem, passaram naturalmente pelo corredor dos quartos, e ao chegarem à porta do quarto das quadrigêmeas, Cecília parou.— “Vem cá.”Ela abriu a porta devagar, e a luz suave do entardecer invadiu o ambiente, deixando tudo ainda mais mágico. O quarto era um verdadeiro sonho: delicado, com detalhes em tons pastéis, bichinhos de pelúcia cuidadosamente posicionados, berços enfeitados com laços e cortinas esvoaçantes. Cada detalhe gritava amor, cuidado... e zelo. O zelo de dois pais apaixonados.Fellipo entrou devagar, com aquele sorriso bobo no rosto.— “Caramba...”— “A gente fez isso, Fellipo. Juntos.”Ela foi até a poltrona de amamentação, sentou-se com certa dificuldade e suspirou, acariciando a barriga. — “Senta aqui comigo um