Dimitri Blackthorn
Havia uma noite de festa. Celebrávamos o aniversário da alcatéia e a nomeação de Caelum como futuro sucessor, um ritual simples, cerimonial, com risos, vinho e os brindes de copos sob a lua cheia. Scarlett estava linda, como sempre: a luz dela parecia suavizar todas as belezas do mundo. Seraphina brincava com flores na barra do vestido, Caelum caminhava ao meu lado, o porte herdado quase idêntico ao meu.
Quando me levantei para falar, para dizer o que todo alfa deveria dizer naquela hora: orgulho, promessa, proteção, senti algo cortar o ar. Não era o vento. Era uma palavra, dita por alguém que não era da nossa alcatéia.
— Scarlett.
Virei-me. Ao pé da escada que levava ao jardim, uma mulher de cabelos prateados observava-nos com olhos tão verdes quanto as folhas do outono. Não era apenas a aparência dela que me provocou um frio na espinha: havia naquela voz uma autoridade que soava antiga, como se tivesse regido luas inteiras, seria ela, iam loba feiticeira?
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