— Você não precisa me contar nada se não quiser, Lyra — disse River, com a voz baixa, gentil, um contraste absurdo com a ferocidade que seus olhos carregavam ao vê-la chorar. — Estou aqui, do seu lado. Sempre estarei.
Lyra respirou fundo. Sua garganta queimava. Cada palavra era um corte novo em feridas que nunca cicatrizaram. Mas, por alguma razão que ela não compreendia, ela queria que ele soubesse, precisava que ele soubesse.
— Eu... eu quero falar, River. Quero que você saiba... tudo.
Ele assentiu uma única vez, silencioso, respeitoso, enquanto ela continuava.
— Aquele dia... — Seus dedos se fecharam em punhos pousados sobre as coxas. — Eles não só me bateram.