Luna sentou-se no sofá da biblioteca, as mãos unidas sobre o colo, os dedos inquietos. Leonel permaneceu de pé diante dela, andando de um lado para o outro como um predador encurralado por sua própria consciência.
— Guilherme é meu meio-irmão — ele começou, a voz firme, mas carregada de dor. — Filho da amante do meu pai. Crescemos juntos… ou pelo menos, fingimos crescer. Ele sempre foi invejoso. Sempre quis o que era meu.
— Por isso você nunca falou dele? — Luna perguntou, os olhos fixos no homem à sua frente.
— Porque ele destruiu a única coisa que me importava naquela época — Leonel respondeu, parando diante dela. — Minha mãe.
Luna franziu a testa, confusa.
— Ele era só uma criança…
— Não estou dizendo que ele a matou com as próprias mãos. Mas ele foi o motivo. Minha mãe descobriu que meu pai tinha outra família. Que sustentava uma vida paralela. Que Guilherme existia… e que ela estava sendo feita de idiota. Ela entrou em depressão, parou de comer, de falar, de viver. Um dia, simple