A brisa da manhã invadia as janelas amplas do Grupo Bragança, espalhando o aroma de café recém-passado que vinha da copa do andar executivo. O som das teclas nos computadores e os passos ritmados pelos corredores criavam um pano de fundo confortável, quase acolhedor.
Luna caminhava entre as mesas do setor de projetos, parando aqui e ali para conversar com os colegas. O clima era leve. Após semanas de tensão, todos pareciam ansiar por dias de normalidade. E, de alguma forma, aquele retorno às rotinas parecia reconectar as peças do quebra-cabeça em sua mente.
Ela se sentia mais centrada. Os olhares desconfiados haviam dado lugar à confiança, e Leonel, com sua presença constante, havia se tornado seu porto seguro.
— Sabe o que eu percebi? — disse ela, sorrindo para Carolina, uma das coordenadoras de desenvolvimento social. — Mesmo em meio ao caos, o propósito do que fazemos aqui nunca perdeu a força.
— É verdade — respondeu Carolina, ajustando os óculos. — Às vezes penso que é justamente