Na manhã seguinte, o Grupo Bragança parecia funcionar como qualquer outra grande corporação: funcionários andando com pastas sob o braço, celulares tocando, reuniões agendadas, café sendo distribuído na copa com pressa. Mas por trás da aparência rotineira, existia um clima de tensão silenciosa. Um burburinho contido, como se todos sentissem que algo estava prestes a acontecer.
Luna entrou na empresa mais cedo que o habitual. Usava uma camisa social azul clara e uma saia lápis cinza. Elegante, mas discreta. Seu salto fazia um som ritmado no mármore do hall. Ela trocou um aceno com a recepcionista, mas sua mente estava focada. Hoje, mais do que nunca, precisava parecer comum. Invisível.
Subiu direto para sua sala, e alguns minutos depois, Leonel entrou.
— Bom dia, senhora Bragança. — Ele disse com um sorriso de canto, fechando a porta atrás de si.
— Dormiu pouco?
— Quase nada. E você?
— O suficiente pra sonhar com espiões dentro da nossa empresa.
Leonel cruzou os braços e encostou-se à