— “Bom dia, Alina.” — Rodrigo me cumprimentou com um sorriso educado e um olhar ligeiramente interessado demais.
— “Bom dia.” — respondi, desviando o olhar rapidamente, sentindo o calor subir pelo rosto.
— “Você trabalha aqui há quanto tempo?” — ele perguntou.
— “Alguns meses...” — respondi baixinho, ciente da presença de Joaquim, que fingia revisar papéis, mas tinha os olhos cravados em nós.
— “E o que costuma fazer nos seus dias livres?” — ele insistiu.
Eu senti os olhos de Joaquim queimando em mim, e o ar pareceu mais pesado de repente.
— “Geralmente fico em casa. Estudo, leio... descanso.”
— “Gosta de cinema?” — Rodrigo continuava.
— “Gosto.”
— “Talvez um dia possamos ir juntos.”
Silêncio.
Eu congelei.
Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, ouvi a voz de Joaquim — baixa, fria, cortante como gelo.
— “Rodrigo, você veio aqui pra trabalhar ou para marcar encontro com a funcionária da casa?”
A tensão caiu sobre o ambiente como uma bomba.
Rodrigo riu de leve, ten