Enquanto isso, na mansão, o clima era de calmaria. Uma calmaria silenciosa e quase suspeita. Alina aproveitava a tarde tranquila. Sentada no enorme sofá da sala de estar, enrolada em uma manta leve, ela assistia a um filme de romance que passava na televisão. O sol se punha lentamente, tingindo as cortinas de dourado.
Verônica havia saído com Isabela para escolher os últimos detalhes da decoração da festa, o que fazia com que Ali-na, mais uma vez, não tivesse muito o que fazer. Ultimamente, Verônica fazia questão de cuidar pessoalmente da sobrinha, mimando-a e querendo sua atenção constante. Não que Alina reclamasse — pelo contrário, adorava ter algum tempo para si. Mas em momentos como aquele, sentia-se deslocada, quase como uma visitante na própria rotina.
Ela sorriu boba com uma cena do filme, onde o mocinho surpreendia a mocinha com um jantar à luz de velas, flores e
música suave. Seus olhos brilharam por alguns instantes, até que a voz grave de Joaquim a tirou de seus devaneios.