Ainda faltavam as lembranças que Eduardo me deu ao longo dos anos.
Havia brincadeiras bobas, como chaveiros e pelúcias, mas também joias caras, presentes valiosos.
Separei os mais caros, pedi à minha melhor amiga que os guardasse. Depois que eu deixasse Bela Vista, ela os devolveria a Eduardo por mim. Assim, terminaríamos de vez.
Os presentes simples, que antes eu guardava com tanto carinho, agora só me traziam indiferença.
Joguei todos numa caixa e os levei para o lixo.
Era esquisito. Aqueles pequenos objetos que um dia foram tão importantes já não me causavam nada. Nem dor, nem saudade. Apenas vazio.
Quando terminei, embalei cuidadosamente o retrato da minha mãe, o colocando com segurança na mala.
Depois disso, saí daquela casa, sem olhar para trás.
Mal tinha atravessado o portão quando vi o carro de Eduardo se aproximar.
Continuei andando, ignorando o veículo, mas ele parou ao meu lado.
A janela de trás foi abaixada, e o rosto de Eduardo apareceu. Era tão elegante, tão intocável com